domingo, 29 de agosto de 2010

A Loja mágica de brinquedos.







-Mahoney...
-Não vá.
-Minha querida...
-Eu não estou pronta. Não estou pronta para isso.
-Desculpa.
Quando, no ato V, o Rei Lear morre sabe o que escreveu Shakespeare? Escreveu: "Ele morre". E pronto, mais nada. Sem fanfarra, nada de metáforas, nada de últimas palavras. O culminar do maior trabalho de literatura dramática é... "Ele morre." Foi preciso o gênio de Shakespeare para inventar: "Ele morre." Mas sempre que leio essas duas palavras... dou por mim ultrapassado por tudo isto. Sei que é apenas natural ficar triste, mas não por causa do "Ele morre." Mas por causa da vida que vimos, antes daquelas palavras. Eu vivi todos os meus cinco atos, Mahoney. Não te peço que fique feliz de eu ter de partir. Apenas peço que vire a página. Continua a ler. E que comece a próxima história. E se alguma vez alguém perguntar o que... me aconteceu, você contará a minha vida... em todo o seu esplendor. E, depois, um simples e modesto: "Ele morreu."
-Te amo.
-Também te amo.
A sua vida é uma oportunidade. Aproveite-a.
Adeus, meu amor.

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